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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ideal de Branqueamento de 1888 á 1930

Antes da Abolição da Escravatura (1888) e a Proclamação da República (1889), os brasileiros davam pouca importância à questão da raça. No período posterior à Proclamação da República já se percebia que o Brasil era um país vulnerável a uma invasão dos Estados Unidos. Esse sentimento se tornou mais presente com o prosseguimento da guerra européia. Neste momento houve um estímulo ao pensamento nacionalista, aos estudos da situação do Brasil e aos ideais de que a nação tinha uma identidade e um destino que podia e deveria ser controlado pelos brasileiros negando assim o darwinismo social implantado pelos europeus. As transformações políticas internas e a guerra fizeram consolidar uma nova relação com a Europa e com os Estados Unidos.
Segundo Thomas E. Skidmore em sua obra, Preto no Branco, a guerra fez crescer na elite brasileira uma necessidade de mobilização nacional, pois a última que aconteceu foi em 1865-70 para a guerra do Paraguai. Skidmore ressalta ainda que, o aumento da confiança nacional foi manifesta através do envolvimento do país na política internacional e por uma aliança feita com os Estados Unidos, através disto o Brasil atingiu maior visibilidade no cenário mundial.
Restava apenas uma questão para ser resolvida. Como o país se exibiria para as nações? Para tal questão a elite brasileira buscou como sempre, inspirações nas idéias européias onde eram comuns as discussões sobre a superioridade branca, muitas vezes alicerçada em estudos eurocêntricos que justificavam a inferioridade do negro com relação ao branco. Os escritores brasileiros já não se arriscavam mais dizendo que a raça não importava estes agora afirmavam que o Brasil passava por um processo de embranquecimento e, que, portanto estava caminhando para solucionar o problema.
Esses ideais europeus foram trazidos para o Brasil como uma doutrina de “branqueamento”, isto é, de que a população seria embranquecida com o tempo. Neste momento de nossa história, vários autores tiveram destaque na defesa deste ideal como: Gilberto Freire com sua obra Casa Grande e Senzala que teve grande repercussão. Outro que teve também grande destaque foi Oliveira Viana.
A maior demonstração do ideal tão arraigado no seio da elite brasileira foi o incentivo dado à imigração. Quando com o passar do tempo esse embranquecimento não se deu, os brasileiros se viram diante de um problema que não sabiam como lidar: o da raça.
Analisar a atitude dos intelectuais brasileiros (que acreditavam que o atraso do Brasil estava diretamente ligado a questão do clima tropical e a miscigenação racial) neste período nos mostra como os brasileiros explicam sua realidade social e a si própria, e como esse ideal perpassou os anos e é tão presente no cotidiano do brasileiro.

Introdução do Projeto de Conclusão de Curso

Os meio de Comunicação e sua importancia

Em decorrência dos avanços da tecnologia e da acessibilidade a sociedade atual é considerada a sociedade da informação com seus diversos meios de comunicação, neste trabalho comunicação é entendido como o conjunto das relações dos homens entre si, de suas formas de expressões e do emprego de técnicas. Mas a mídia como a conhecemos nem sempre possuiu este formato. Embora ela ainda permaneça na forma escrita, falada e assistida seus meios de apresentação se tornaram essencialmente velozes.
Foi na década de 1920 que se começou a falar em mídia, mas somente em 1950 que passaram a mencionar uma “Revolução da Comunicação”, porém o interesse sobre os meios de comunicação é muito mais antigo. O marco inicial do que conhecemos hoje como meio de comunicação e opinião pública deu-se com a prensa gráfica, criada pelos chineses e aperfeiçoada entre 1438 e 1450 na Europa por Johann Gutemberg. Através dessa invenção ocorreu o processo de democratização da escrita, a disseminação das idéias e da informação e consequentemente do saber.
A prensa gráfica modificou o rumo da história, pois finda o monopólio do clero que até aquele momento detinha o conhecimento e era responsável pela educação. O uso da escrita vernácula foi importante para a comercialização do material impresso, popularizou o livro, que atingiu um público novo e ávido. Esse interesse coincidiu com a Reforma Protestante, o Iluminismo e a mudança da ordem européia. Houve uma explosão de informações.
A mídia oral e escrita coexistiu na Europa no século XV e XVI, até porque só uma minoria da sociedade era letrada. Ao longo dos séculos outras invenções contribuíram para o avanço dos meios de comunicação como: as ferrovias, os correios, o telégrafo, o telefone, a energia elétrica dentre outros, possibilitando a criação e o aperfeiçoamento das técnicas de transmissão da informação e as tornando mais velozes.
Dentro dessas novas técnicas de informação o jornal impresso se destacou por contribuir para a formação de uma opinião pública, pois cobria desde questões públicas até questões relativas à moda. Mesmo com surgimento de tecnologias de ponta ligadas à comunicação, o jornal impresso não perdeu seu espaço, pois este ao longo da história assumiu papéis estritamente ligados à democracia e à difusão de conhecimento, estando presente no cotidiano de muitas sociedades.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Autores:Cristina Conceição; Leidiane de Jesus; Joelma Carvalho; Magaly Cerqueira; Milena Correia


 


 

Análise do Livro Didático de História


 

Nosso grupo reuniu e buscou analisar duas Coleções: A coleção História, Cotidiano e Mentalidades da editora Atual e a coleção Tempo e Espaço da editora Formato.

Percebemos diferenças entre tais coleções no tocante às suas propostas.

Vejamos a primeira:

Percebemos que a coleção tem a proposta de abordar o cotidiano, o imaginário, as praticas culturais, a família, a sexualidade, as relações de poder, a partir da valorização de temas da História cultural. O passado e o presente são sempre relacionados.

As atividades cognitivas são desenvolvidas com diferentes graus de dificuldade que são observadas tanto no texto didático quanto nos exercícios, que questionam e respeitam os níveis de dificuldade próprias das faixas de escolarização.

Quanto ao projeto gráfico, é bem cuidado e motiva os alunos

A proposta metodológica afirma como objetivo de relacionar os pressupostos gerais da abordagem construtivista .propondo a construção de conceitos históricos e a identificação de mudanças a partir do cotidiano e das mentalidades.É destacada a preocupação em relacionar os estudos da História com a realidade do aluno.Com relação aos conceitos alguns termos específicos não são esclarecidos o que compromete a compreensão do aluno.As atividades incentivam a participação ativa do aluno na construção do conhecimento histórico.A edição da obra é bem cuidada. O manual do professor explicita a articulação das propostas teórico-metodologicas com as estratégias utilizadas na elaboração da coleção.

Um dos pontos altos da coleção são as fontes históricas escritas e visuais que conta com uma seleção diversificada e a discussão de tais fontes levam a exercícios criativos.

Já na Coleção Tempo e Espaço nos percebemos alguns problemas:Se orienta também pela perspectiva construtivista.Enfatiza a necessidade de envolvimento do aluno para construir e reconstruir conhecimentos e apropriar criticamente da narrativa histórica.No entanto aspectos importantes mencionados não são incorporados à coleção.Os temas relacionados com a História do Brasil são colocados em segundo plano,privilegiando a História européia,utilizada como eixo organizador dos conteúdos. As atividades pouco contribuem para o desenvolvimento de habilidades mais complexas, pois demandam apenas memorização ou cópia. O texto não é questionador,não instiga a busca de outras versões da Historia.O conceito de espaço se restringe à utilização de mapas e à descrição do meio físico e geográfico e estes não recebem tratamento adequado.As experiências sociais relacionadas à construção da cidadania tem pouco destaque na obra.

A edição é bem cuidada.Registram-se poucos erros de impressão ou de revisão, o que é positivo. O manual do professor,explicita as metodologias adotadas para o ensino-aprendizagem,no entanto a abordagemn é superficial e pouco colabora párea o trabalho docente

A coleção e estruturada partindo das etapas clássicas da História antiga, medieval, moderna e contemporânea e existe a intenção em associar tendências teóricas que abrangem desde o marxismo até a nova História cultural.

Como ponto positivo, destacamos a seleção criteriosa e inovadora, uma rica documentação textual e iconográfica que ajuda o professor no desenvolvimento de atividades alternativas em sala de aula, porém não percebemos o estudo inovador e envolvente.

Os conhecimentos prévios dos alunos não são instigados e se prioriza o conhecimento instituído sem questionamentos.

São enfatizados os aspectos políticos do processo histórico, mas não existe abertura para outras interpretações dos acontecimentos.

A construção da cidadania e a formação de um aluno crítico não são estimuladas.

Conclusão: Ao analisarmos tais coleções pudemos perceber alguns avanços com relação ao livro didático. É obvio que ainda precisamos melhorar muito mas só o fato de podermos ter em mãos alguns exemplares para estudo já é uma alternativa.

Em nenhum momento tivemos a pretensão de desfazer ou criticar negativamente as obras que analisamos até porque não temos tanto referencial para tal, mas foi interessante a dinâmica do trabalho proposto e temos certeza que alguns avanços nos fizemos.


 


 

Observações: Coleção História Cotidiano e Mentalidades de autoria de Ricardo Dreguer e Eliete Toledo

Coleção Tempo e Espaço de Flavio Costa Berutti.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os descontentamentos gerados com a presença da corte no Brasil.

Leidiane de Jesus Silva

O período compreendido entre o fim do século XVIII e o inicio XIX ficou conhecido como a "era das revoluções", em decorrência das grandes transformações econômicas, sociais, e políticas que aconteceram em todo mundo, motivadas principalmente pela Revolução Industrial e Revolução Francesa.

A revolução Industrial que tinha seu berço na Inglaterra provocou a substituição do capitalismo comercial pelo capitalismo industrial, aumentando o numero de fábricas, acelerando a mecanização e consequentemente modernizando a produção e a força de trabalho.

A Revolução Francesa promoveu o fim do absolutismo e projetou princípios liberais na organização do Estado e da sociedade.

Essas revoluções modificaram o panorama político daquele período. Na França, em 1799, Napoleão Bonaparte assumiu o poder após um golpe de Estado e foi conquistando territórios fazendo da França uma potência, que "igualava-se" a Inglaterra que até aquele momento era o centro capitalista e industrial, e para superá-la Bonaparte buscou a confrontação direta, que culminou na Batalhar de Trafalgar e na derrota de Bonaparte.

Bonaparte procurou outros meios pra derrotar a Inglaterra, e em 1806 decretou o Bloqueio Continental nisto ficava proibido o comércio entre nações sob seu domínio com a Inglaterra.

Portugal neste período tinha como regente D. João desde1792, em substituição a sua mãe D.Maria I afastada do trono por demência e pela morte de seu irmão José. D.João viu-se entre dois fogos, pois segundo Silva não podia aderir ao Bloqueio, pois sua economia dependia das relações que mantinha com a Inglaterra e ao não aderir estaria arriscando a invasão do seu território pelas tropas napoleônicas.

Segundo Vicentino ,em agosto de 1807, o governo francês fez a Portugal as seguintes exigências;

  • Declarar guerra à Inglaterra em vinte dias;
  • Fechar seus portos aos navios ingleses;
  • Incorporar seus navios a esquadra francesa;
  • Confiscar os bens e prender os súditos ingleses

D.João para ganhar tempo, atendeu uma das exigências e determinou em vinte de outubro de 1807 o fechamento dos portos aos navios destinados a Inglaterra.

Mais dois dias depois D.João assinou com Grã-Bretanha uma Convenção Secreta que previa; o embarque da família real caso Portugal fosse invadido; proteção marítima inglesa na viagem; ocupação da ilha da Madeira pelos ingleses até o fim da invasão e a liberdade de comércio inglês com o porto a ser determinado na colônia.

Napoleão ao tomar conhecimento desta convenção assinou com a Espanha o Tratado de Fontainebleau que estabelecia a invasão e o desmembramento de Portugal em três partes, a extinção da Dinastia Bragança e a divisão das colônias entre a França e Espanha.

Em 29 de Novembro de 1807 ao tomar conhecimento da invasão que esta para acontecer partiram de Portugal, aproximadamente 15 mil pessoas entre nobres, ministros, membro do clero dentre outras, em 54 navios escoltados por uma divisão inglesa rumo ao Brasil.

O Príncipe Regente, sua mãe e seus herdeiros Pedro e Miguel viajaram na mesma nau, a viagem não ocorreu de forma tranqüila um possível tempestade, ocasionou um primeira parada em Salvador em 28 de janeiro de 1808, mais se questiona esta possibilidade como uma parada estratégica do príncipe que foi recebido pela população com alegria e festa.


A chegada da corte trazia sem duvida, aos brasileiros, além do orgulho, esperanças de usufruir vantagens políticas econômicas uma vez que o príncipe regente passaria a governar seu império a partir da América.

A chegada foi marcada com a efetuação da Carta Régia também conhecida como Decreto da Abertura dos Portos que marcava o fim do Pacto Colonial.

A abertura dos portos foi um ato histórico previsível, mais ao mesmo tempo impulsionado pelas circunstâncias do momento. Portugal estava ocupado por tropas francesas, e o comércio não podia ser feito através dele. Para a coroa era preferível legalizar o extenso contrabando existente entre a colônia e a Inglaterra e receber os tributos devidos.


A abertura dos portos estava indo de encontro com os interesses da aristocracia brasileira cujo, porta voz era José da Silva Lisboa, o futuro visconde de Cairu, mas não se pode atribuir somente à insistência deste, pois como já mencionado anteriormente desde a Convenção Secreta assinada com os britânicos que já pleiteavam a franquia de um porto no Brasil.

Os benefícios adquiridos pela abertura dos portos as nações amigas foram de grande importância para o processo de independência, mas segundo Algranti estas medidas não tinham qualquer intenção de beneficiar a colônia e sim a Inglaterra.

Algranti citando Alam. K.Manchester afirma que a abertura dos portos proporcionou o desenvolvimento do país, pois ampliou o contato com outras nações, introduziu - se gente e idéias novos hábitos e costume, passou-se a plantar novas culturas. Mas estas decisões segundo Costa provocou o descontentamento de estrangeiros interessados no Brasil e também de alguns brasileiros. Os portugueses metropolitanos eram os mais descontentes, para eles todos os infortúnios ocorridos em Portugal (mesmo sendo conseqüência de Revolução Industrial e Francesa) era resultado da transferência da corte para o Brasil e da autonomia dada à colônia.

Este descontentamento por parte dos brasileiros se agravou com a mudança de corte para o Rio de Janeiro.

A cidade não tinha estrutura e nem capacidade de absorver a família real e a comitiva que ao acompanhava, além de ter que se adaptar nova condição de sede do império português teve que abastecer um contingente de pessoas muito maiores, abrirem mão de suas casas para acomodar os novos moradores, isso causou um descontentamento muito grande principalmente na população de baixa renda que sofreram as conseqüências desta transferência de reino sem receber os benefícios imaginados.


Os dados populacionais para o período, embora impreciso, indicam um aumento de significativo. Só de estrangeiros, teriam chegado aproximadamente 10.000.


O Rio de Janeiro em 1808 era uma vila, suas ruas em geral de terra, mal traçadas, esburacadas e fétidas, com a população em sua maioria negra. Ao perceber que era necessário aumentar a produção interna de alimentos por conseqüência do grande numero de pessoas que agora habitavam no Rio de Janeiro, o príncipe resolveu aderir a uma nova política econômica que visava à valorização do mercado interno adotou algumas medidas como incentivo a produção de alimentos, ampliação dos pastos e criação de vias de acesso para o escoamento dos produtos, estas medidas foram cumpridas não no Rio e sim nas Capitanias e Comarcas (Minas Gerais, Porto Seguro e Espírito Santo). Para alcançar os resultados desejados D.João autorizou a conquista de territórios que não pertenciam às capitanias e comarcas avançando assim sobre territórios indígenas, principalmente na capitania de Porto Seguro, aumentou a oferta de mão de obra escrava, inclusive com a "volta" da escravidão indígena e aproveitou para explora os índios mansos das vilas do Prado, de Belmonte, Viçosa, Verde, Trancoso e Porto Alegre.

Essas decisões geraram revoltas nas capitanias do norte, pois enquanto no Rio de Janeiro eram realizadas várias obras de melhoria para acomodara a corte e adquirir aspectos semelhantes a da Europa o ônus dessas reformas e construções recaiam sobre as colônias do Norte, pois destas eram cobrados altos impostos e aumento da produção de farinha e outros gêneros alimentícios.

Mesmo no Rio com todas as "melhorias" que estavam acontecendo conflitos e revoltas eram constantes estas medidas favoreciam apenas o nobreza, pois as melhores casas e prédio foram desocupados para acomodar a corte, os preços de aluguéis aumentaram devida cobrança de novos e altos impostos, os preços dos alimentos subiram exorbitantemente devido à alta procura e isso atingia apenas a classe pobre do Rio de Janeiro.

Outras das razões dos descontentamentos foram à distribuição dos cargos que privilegiaram apenas os portugueses em detrimento aos naturais de terra, o que despertou insatisfações dos colonos que perceberam com essas decisões que seus interesses não estavam sendo considerados e que a administração portuguesa estava com os olhos voltados para a Europa e todas as decisões realizadas visavam apenas à adequação das necessidades portuguesas prova disso foi o tratado econômico de 1810, assinado com a Inglaterra.

[...] Embora o assunto se referisse diretamente á economia brasileira, não havia qualquer cláusula que defendesse os interesses nacionais. Enquanto os portugueses preocupavam - se com o reino, os ingleses só tinham olhos para o Brasil e seu mercado. Tal divergência de postura, num tratado que beneficiava a Inglaterra, não poderia ter conseqüências favoráveis ao Brasil.

Outro fator agravante dos conflitos e insatisfações foi à presença da corrupção na administração joanina, a nobreza que aqui chegara estava decadente e tiravam proveito dos cargos e soldos e o resultado destas atitudes eram pagos pela população.


[...] o sentimento imperante no Nordeste era de que, com avinda da família real para o Brasil, o domínio político da Colônia passara de uma cidade estranha para outra, ou seja, de Lisboa para o Rio de Janeiro. A revolução que estourou em Pernambuco em março de 1817 fundiu esse sentimento com vários descontentamentos resultantes das condições econômicas e dos privilégios concedidos aos portugueses. Ela abrangeu amplas camadas da população: militares, proprietários rurais, juizes, artesão, comerciantes e um grande número de padres, a ponto de ficar conhecida como a "revolução dos padres". Chama à atenção a presença de grandes comerciantes brasileiros que ligados ao comércio externo, os quais começaram a concorrer com os portugueses numa área até então controlada em grande medida por estes.


Como vimos tantos descontentamentos culminaram na Revolução de Pernambuco que ocorreu em 1817. Desde o inicio do século XIX, Pernambuco passava por uma profunda crise econômica ocasionada pela queda na exportação do açúcar que enfrentava a concorrência com o açúcar europeus extraído da beterraba e do algodão que, por sua vez concorria com o algodão cultivado na América do Norte.

O movimento era baseado nos ideais iluministas e foi também estimulada pela independência dos Estados Unidos e o liberalismo econômico.

A insatisfação era tamanha que o movimento foi apoiado por diversas camadas da população dentre elas fazendeiros, padres, militares, maçons.


Outro dado importante da Revolução de 1817se encontra no fato de que ela passou de Recife para o sertão, estendendo – se a Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. O desfavorecimento regional, acompanhado de um forte antilusitanismo, foi denominador comum dessa espécie de revolta geral de toda a área nordestina. Os diferentes grupos sociais não tinham, porém os mesmos objetivos. Para a camada pobre da cidade, a independência estava associada à idéia de igualdade. Já o principal objetivo dos grandes proprietários rurais era acabar com a centralização imposta pela Coroa e tomar em suas mãos o destino, se não da colônia, pelo menos do Nordeste.

O movimento a, principio foi bem sucedido, proclamaram a Republica, adotaram uma bandeira e receberam auxilio da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará.


Foram enviados emissários ás outras capitanias em busca de apoio e aos Estados, à Inglaterra e à Argentina, tratando de conseguir apoio e reconhecimento. A revolta avançou pelo sertão, porém logo em seguida veio o ataque das forças portuguesas, a partir do bloqueio de Recife e do desembarque em Alagoas. As lutas se desenrolaram no interior, revelando o despreparo e as desavenças entre revolucionários. Afinal, as tropas portuguesas ocuparam Recife, em maio de 1817. Seguiram-se as prisões e execuções dos lideres da rebelião. O movimento durara mais de dois meses e iria deixar uma profunda marca no Nordeste.


O movimento foi reprimido pelas tropas da coroa, mais estas não alteraram os conflitos gerados na população com a instalação da corte no Brasil. Os benefícios foram inúmeros e inegáveis, mas suas conseqüências também o foram e quem arcou com o ônus deste tão grande empreendimento foi à população que sofreu para pagar os altos impostos cobrados, para manter a corte e com a escassez de alimento. As medidas tomadas melhoraram a vida das elites no Rio de Janeiro mais as outras capitanias não sofreram qualquer modificação que fosse positiva muito pelo contrario prova disso foi a Revolução frustrada de Pernambuco.

A historiografia narra somente as grandes obras e monumento que marcaram a presença da Corte no Brasil, mais poucos às vezes nenhuma, se lembra dos sacrifícios que a população mais desfavorecida teve que fazer para que estas obras se realizassem, altos preços foram pagos.

Os conflitos foram inevitáveis e como de praxe na história somente nos lembramos dos heróis e esquecemo-nos dos coadjuvantes que contribuíram para escrever os grandes feitos de nossa história.

Que estes sejem sempre lembrados.

Referência

ALGRANTI, Leila Mezan. D.João VI: os bastidores da Independência. São Paulo: Editora Atica.
COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à República: momentos decisivos. 4° ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. 2°ed. São Paulo: EDUSP, 2006.

MEIRA, Antônio Carlos. Brasil: recuperando a nossa história: São Paulo. FTD, 1998.






Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Disciplina: Brasil Século XX

Discentes: Analina, Cristina, Eliomar, Jonival, Karen, Leidiane, Magaly, Milena, Patrícia e Rogério.

Docente: Liliane Fernandes.


 

Seminário - A Revolução de 1930

Generalidades

Dá-se o nome de Revolução de 1930 ou Revolução de 30 ao movimento armado liderado pelos estados do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais que culminou com o golpe de Estado que depôs o presidente paulista Washington Luís em 24 de outubro deste ano.

Em 1929 lideranças do estado de São Paulo romperam a aliança com os mineiros representada pela política do café-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes como candidato à presidência da República, quando deveria ser indicado candidato mineiro de comum acordo e com o apoio destes dois estados. Como reação, o Presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, passou a apoiar a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas. Em 1º de março de 1930 houve eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista Júlio Prestes, que não tomou posse em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930 e foi exilado. Getúlio Vargas assumiu a chefia do "governo provisório" em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da República Velha.


As várias correntes históricas podem dizer o que quiserem e justificar da forma como bem entenderem, mas há várias coisas que devem ser ditas, a priori, sobre essa revolução, por gente com isenção de ânimo e que, não tendo vivido à época, apenas se baseou nas leituras que realizou de várias fontes.


A primeira delas é que, se havia, como havia, a propalada "política café com leite", como processo político e tal como era exercida, ela era válida do ponto de vista legal e, portanto, mesmo que condenável do ponto de vista moral, ela não poderia ser refutada através de um golpe, como o foi. Comparada ao que existe atualmente em matéria de "conchavos políticos", a "política café com leite" era, literalmente, uma brincadeira de criança. Muito mais se levarmos em conta que as eleições no Brasil sempre foram diretas e que cabia ao povo, manifestar-se contra essa política através do seu instrumento legal que era o voto.


Comprovando o que foi dito acima, o estado do Rio Grande do Sul opôs-se àquele estado de coisas, justamente lançando candidato fora do eixo São Paulo, Getúlio Vargas. Até aí, tudo bem. O que está absolutamente errado é concorrer a um cargo eletivo, ser derrotado – e nesse caso, pelo povo, já que as eleições foram diretas - e então virar a mesa. Quer dizer, se Getúlio tivesse vencido as eleições, estaria tudo bem; como perdeu, faz uma revolução? Isso tem nome: GOLPE! Quem sempre foi a favor da legalidade das coisas, tem que ser coerente: sempre a favor da legalidade e também neste caso ou, sempre a favor do golpe e nesse caso, dar e justificar o golpe.
O terceiro ponto para o qual gostaria de chamar a atenção dos leitores, no que se refere a essa "revolução", é a facilidade como esse golpe aconteceu. Afinal de contas, mesmo se contarmos com Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba totalmente a favor, o que fez o resto do Brasil para reagir? E se a eleição foi legal e Getúlio derrotado, aonde andava o exército nacional a essas alturas, nessa época sediado no Rio de Janeiro, o segundo maior centro do país, contando ao seu lado com o primeiro maior centro do país, São Paulo? Só o "Tenentismo" poderia justificar essa facilidade que ninguém podia explicar. Confesso que fiz uma força incrível para dar razão aos responsáveis por essa "revolução", mas por mais que tenha tentado, não consegui!


 

Contexto Histórico

Na República Velha (1889-1930), vigorava no Brasil a chamada "política do café com leite", em que políticos de São Paulo e de Minas Gerais, se alternavam na presidência da república.
A crise da República Velha havia se prolongado ao longo da década de 1920, perdendo visibilidade com a mobilização do trabalhador industrial, com as Revoltas nazifacistas e as dissidências políticas que enfraqueceram as grandes oligarquias, ameaçando a estabilidade da tradicional aliança rural entre os estados de São Paulo e Minas Gerais (a "Política do café com leite").


Em 1926, setores que se opunham ao Partido Republicano Paulista (PRP) fundaram o Partido Democrático (PD), que defendia um programa de educação superior. Mas o maior sinal do desgaste republicano era a superprodução de café, alimentada pelo governo com constantes "valorizações" do trabalho rural e generosos subsídios públicos. Porém, no começo de 1929, Washington Luís indicou o nome do Presidente de São Paulo, Júlio Prestes, como seu sucessor, no que foi apoiado por presidentes de 17 estados. Apenas três estados negaram o apoio a Prestes: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Os políticos de Minas Gerais esperavam que Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, o então governador do estado, fosse o indicado. No mesmo ano, em Juiz de Fora, o Partido Republicano Mineiro (PRM) passa para a oposição, forma a Aliança Liberal com os segmentos progressistas de outros Estados e lança o gaúcho Getúlio Vargas para a presidência, tendo o paraibano João Pessoa como vice.


Assim a política do café com leite chegou ao fim e iniciou-se a articulação de uma frente oposicionista ao intento do presidente e dos 17 estados de eleger Júlio Prestes. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba uniram-se a políticos de oposição de diversos estados, inclusive do Partido Democrático de São Paulo, para se oporem à candidatura de Júlio Prestes, formando, em agosto de 1929, a Aliança Liberal.
Em 20 de setembro do mesmo ano, foram lançados os candidatos da Aliança Liberal às eleições presidenciais: Getúlio Vargas como candidato a presidente e João Pessoa (presidente da Paraíba e sobrinho de Epitácio Pessoa) como candidato a vice-presidente. Apoiaram a Aliança Liberal, intelectuais como José Américo de Almeida e Lindolfo Collor, membros das camadas médias urbanas e a corrente político-militar chamada "Tenentismo" (que organizou, entre outras, a Revolta Paulista de 1924), na qual se destacavam Cordeiro de Farias, Eduardo Gomes, Siqueira Campos, João Alberto Lins de Barros, Juarez Távora e Miguel Costa e Juraci Magalhães e três futuros presidentes da república. O presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos, diz em discurso, ainda em 1929: "Façamos a revolução pelo voto antes que o povo a faça pelas armas". Esta frase foi vista como a expressão do instinto de sobrevivência de um político experiente e um presságio.


 


 

A Revolução

As eleições foram realizadas no dia 1º de março de 1930 e deram a vitória a Júlio Prestes que obteve 1.091.709 votos contra apenas 742.794 dados a Getúlio. Ressaltando que Getúlio teve quase 100% dos votos no Rio Grande do Sul.


A Aliança Liberal recusou-se a aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era decorrente de fraude. Além disso, deputados eleitos em estados onde a Aliança Liberal conseguiu a vitória, não obtiveram o reconhecimento dos seus mandatos. A partir daí, iniciou-se uma conspiração, com base no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.


A conspiração sofreu um revés em junho com o brado comunista de Luís Carlos Prestes que seria um ex-membro do movimento tenentista, mas ele tornou-se adepto das idéias de Karl Marx assim começou a apoiar o comunismo. Isso o levou, depois de um tempo, à tentativa frustrada da intentona comunista pela ANL. Logo em seguida outro contratempo: morre em acidente aéreo o tenente Siqueira Campos.
No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado por João Dantas em Recife, por questões políticas e de ordem pessoal, servindo como estopim para a mobilização armada. João Dantas seria, logo a seguir, barbaramente assassinado.
As acusações de fraude e a degola arbitrária de deputados mineiros e de toda a bancada da Paraíba da Aliança Liberal; o descontentamento popular devido à crise econômica causada pela grande depressão de 1929; o assassinato de João Pessoa e o rompimento da política do café com leite, foram os principais fatores, (ou pretextos na versão dos partidários de Júlio Prestes), que criaram um clima favorável a uma revolução.
Getúlio tentou várias vezes a conciliação com o governo de Washington Luís e só se decidiu pela revolução quando já se aproximava a posse de Júlio Prestes que se daria em 15 de novembro.


A revolução de 1930 iniciou-se, finalmente, no Rio Grande do Sul em 3 de outubro, às 17 horas e 25 minutos. Osvaldo Aranha telegrafou a Juarez Távora comunicando início da Revolução. Ela rapidamente se alastrou por todo o país. Oito governos estaduais no nordeste foram depostos pelos tenentes. No dia 10, Getúlio Vargas lançou o manifesto "O Rio Grande de pé pelo Brasil" e partiu, por ferrovia, rumo à capital federal (então, o Rio de Janeiro). Esperava-se que ocorresse uma grande batalha em Itararé (na divisa com o Paraná), onde as tropas do governo federal estavam acampadas para deter o avanço das forças revolucionárias, lideradas militarmente pelo coronel Góis Monteiro.
Porém em 12 e 13 de outubro ocorreu o Combate de Quatiguá, que pode ter sido o maior combate desta Revolução, mesmo tendo sido muito pouco estudado. Quatiguá localiza-se à direita de Jaguariaiva, próxima a divisa entre São Paulo e Paraná.
A batalha não ocorreu em Itararé, já que os generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e o Almirante Isaías de Noronha depuseram Washington Luís, em 24 de outubro e formaram uma junta de governo.


Jornais que apoiavam o governo deposto foram empastelados; Júlio Prestes, Washington Luís e vários outros próceres da "república velha" foram exilados.
Às 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder, no Palácio do Catete, a Getúlio Vargas, (que vestiu farda militar pela primeira vez na vida, por sugestão de seus assessores, para incutir no povo a "aura revolucionária"), encerrando a chamada república velha.


Na mesma hora, no centro do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da avenida Rio Branco, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930.Getúlio tornou-se chefe do Governo Provisório com amplos poderes. A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio passou a governar por decretos. Getúlio nomeou interventores para todos os Governos Estaduais, com exceção de Minas Gerais. Esses interventores eram na maioria tenentes participantes da Revolução de 1930.


 

Nelson, o Justo

Gramado, RS, Brasil

http://nsantanna.blogspot.com/2008/11/revoluo-de-1930.html